Enquanto a operação comercial dos serviços móveis de 5G deverá começar em 2020 na Europa, Ásia e Estados Unidos, a expectativa é de que essa tecnologia ainda esteja em teste no Brasil em 2025, com a população conectando-se à rede por meio de pontos de acesso à internet (“hotspots”) oferecidos pelas empresas nos centros das principais cidades.
Jean-Pierre Bienaimé, secretário geral da 5G Infrastructure Association, disse que a infraestrutura no país precisa ser desenvolvida e que as operadoras precisam concentrar esforços em ampliar a tecnologia 4G.
As empresas não podem saltar nenhuma geração no Brasil, pois os serviços de 4G e 5G são complementares. Em entrevista ao Valor após palestra realizada no Futurecom, o executivo avaliou que a tecnologia utilizada no país está progredindo. Ontem, a Claro anunciou que expandirá a rede 4,5G para dez cidades até o fim do ano.
Bienaimé disse que o país é o quinto maior do mundo em número de consumidores conectados à rede 4G, com 85 milhões. O líder é a China, com 900 milhões de usuários, seguida pelos Estados Unidos (310 milhões), Índia (180 milhões) e Japão, com 105 milhões de pessoas conectadas.
“As operadoras, a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] e a Telebrasil [Associação Brasileira de Telecomunicações] estão dedicadas a encontrar maneiras para que essa tecnologia tenha avanço mais rápido no Brasil. Como os investimentos são elevados, é possível que, nos próximos anos, os preços dos equipamentos também caiam”, afirmou.
Na Europa, a estimativa é de que os aportes para viabilizar a operação comercial do 5G oscilem entre US$ 25 bilhões e US$ 50 bilhões nos próximos anos. Os principais testes nos próximos anos serão nas Olimpíadas de Inverno de 2018, na Coreia do Sul, e nos Jogos Olímpicos do Japão, em 2020.
“O desenvolvimento na Europa está mais acelerado devido às PPPs [Parceiras Público-Privadas] que foram criadas há alguns anos, com destaque para os países nórdicos. Vemos a aplicação do 5G em projetos de cidades inteligentes, na indústria automotiva, no setor de saúde e na automação da indústria”, disse Bienaimé.